segunda-feira, novembro 16, 2009

E depois o coração não para. Bate e teima ainda com mais força. Insiste em sair cá para fora pelas pontas das mãos. Roça-se incontrolável contra o peito. Faz-nos tremer e tremer. E só quando se lhe tiram a vista, é que nos vamos compondo. Não é logo. É aos poucos. Até o fecharmos novamente a sete chaves no sítio que é seu de direito, e tentarmos arrancar-lhe os olhos. Os dele e os nossos. Já dizia o outro, "olhos que não vêem, coração que não sente". E eu concordo.

12 comentários:

Sonhadora disse...

Eu mesmo não vendo nada o coração continua a sentir... :S Preferia que fosse como o ditado...!

***

Cat disse...

Era bom que fosse assim tão fácil.. :P

Margarida disse...

o problema é quando temos de ver..

MafaldaMacedo disse...

sente-se sempre mesmo que me cegue os olhos.

Lebasiana disse...

cada momento no seu tempo... e este é o tempo para esse momento... aquele momento na nossa vida em que assumimos que nao vamos mais amar mais ninguem... para nao nos magoarmos...

jinhos

...aquela que voa disse...

Cai, volta, e ressurge. Bjs :*

Priscila Rôde disse...

Adorei! :)

" olhos que não vêm, coração que não sente".

Depende, no meu caso às vezes ele sente do mesmo jeito..

Beijos

SG disse...

O dificil é querer ver a pessoa de quem gostamos e não poder ser (para o bem se todos!!!)

Anónimo disse...

vêem

Anónimo disse...

e já agora, "o coração tem razões que a própria razão desconhece"
bjs pinks

Georgia disse...

Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles.
Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles.
Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração.
Como eles admiravam estarem juntos!
Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos."
Clarice Lispector

Pretonoamarelo disse...

Paramore *.*